Quaquá e o Plano de Poder: Como o PT Pretende Usar Maricá para Controlar o Rio e Eleger Eduardo Paes Governador"
- Heloisa Erthal
- 9 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Com orçamento bilionário e articulações estratégicas, Quaquá busca reassumir o comando do PT estadual para fortalecer sua influência política, alavancar aliados e consolidar uma agenda de poder no Rio de Janeiro

Washington Quaquá, deputado federal e prefeito recém-eleito de Maricá, surge como uma figura central na reestruturação do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado do Rio de Janeiro. Contudo, sua trajetória política é marcada por polêmicas, desafios éticos e ambições que colocam em xeque as reais intenções do partido e seus impactos na política fluminense e nacional.
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Um Plano de Poder Amparado pelo Orçamento de Maricá
Com a prefeitura de Maricá sob seu controle e um orçamento bilionário oriundo dos royalties do petróleo, Quaquá planeja usar a cidade como vitrine para impulsionar sua influência política. Maricá, uma cidade pequena, é frequentemente citada como um "paraíso fiscal do PT", onde os recursos são empregados para sustentar uma agenda ideológica que privilegia aliados e megaprojetos duvidosos em detrimento de necessidades reais da população.
A ascensão de Quaquá ocorre em meio a articulações que visam pavimentar o caminho para Eduardo Paes ao governo do estado e Fabiano Horta ao Senado. Essa aliança, que mistura pragmatismo político e interesses pessoais, reforça críticas sobre a falta de coerência entre os ideais do PT e sua prática de conchavos com figuras do espectro político adversário.
Histórico de Polêmicas e Condenações
A trajetória de Quaquá não é isenta de escândalos. Ele já foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, tendo sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político em 2012. A condenação por "expor a perigo embarcação ou aeronave" também soma um capítulo controverso à sua carreira.
Esses episódios evidenciam um padrão que reforça a imagem de um político que, mesmo com condenações e críticas, continua ocupando espaços estratégicos dentro do partido e da administração pública.
A "Dinastia Quaquá": Política como Negócio de Família
Quaquá não limita suas ambições a si mesmo. Sua esposa, Gabriela Siqueira, e seu filho, Diego Zeidan, foram eleitos deputados pelo PT, enquanto sua ex-mulher, Zeidan, também possui forte influência política. Essa prática de consolidar uma "dinastia política" no estado do Rio de Janeiro desperta críticas sobre o uso da máquina pública para benefício pessoal e familiar.
Apoio a Paes: Contradição com a Ala Esquerdista do PT
A aliança de Quaquá com Eduardo Paes, do PSD, é vista como uma contradição por setores do próprio PT, especialmente pela ala mais à esquerda representada por Lindbergh Farias. A relação ambígua com figuras da direita e centro-direita questiona a coerência do partido e seu compromisso com as bandeiras históricas da esquerda.
Oposição Interna e o Jogo de Poder no PT
Apesar de sua influência crescente, Quaquá enfrenta resistência interna. Nomes como André Ceciliano, ex-presidente da Alerj, e Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói, apresentam-se como possíveis entraves à consolidação de seu domínio. A disputa pelo comando do PT estadual promete ser acirrada, com divisões que podem expor ainda mais as fragilidades do partido.
Conclusão: Ambições Questionáveis e Impactos Futuramente Preocupantes
Quaquá personifica as contradições do PT no Rio de Janeiro: um partido que, ao mesmo tempo em que busca se renovar, mantém práticas que colocam interesses pessoais acima do bem público. Seu retorno ao comando do PT estadual, associado ao uso estratégico de recursos de Maricá, sugere que o partido segue priorizando uma agenda política concentrada em perpetuar seu poder, mesmo às custas da ética e da coerência ideológica.
O futuro político de Quaquá e do PT no Rio de Janeiro será um teste para avaliar se o partido conseguirá equilibrar suas ambições eleitorais com o compromisso de atender às demandas reais da população ou se seguirá no caminho das velhas práticas de "hegemonia a qualquer custo".




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