Policial penal preso por atirar em entregador já tinha histórico de agressão e uso de carro clonado

O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, detido após atirar contra o entregador Valério de Souza Júnior durante uma discussão em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, na noite da última sexta-feira (29), acumula outras ocorrências disciplinares e criminais. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), ele já foi condenado por violência doméstica e também é investigado por conduzir um veículo clonado.

De acordo com a Seap, dois Processos Administrativos Disciplinares (PADs) já foram instaurados contra o servidor. Um deles se refere à agressão contra sua ex-mulher, registrada em 2016. Na ocasião, Ferrarini foi condenado a 3 anos e 10 meses de prisão, em regime aberto, pela Justiça, com base na Lei Maria da Penha. A pena acabou suspensa por ele ser réu primário e não ultrapassar quatro anos, mas administrativamente o policial foi punido com 20 dias de suspensão.

O segundo PAD surgiu após ele ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal, em janeiro de 2025, dirigindo um Volkswagen Nivus clonado na Rodovia Presidente Dutra, em Duque de Caxias. O agente não apresentou comprovantes de compra do veículo, tampouco documentação que validasse a transação. A irregularidade foi confirmada após perícia nos identificadores do carro. Ferrarini acabou autuado por receptação e liberado após pagar fiança de R$ 11 mil.

Agora, o policial responde a uma sindicância interna por conta do disparo contra o entregador, que teria se recusado a levar o pedido até a porta do apartamento do servidor. A Seap classificou a atitude como “abominável” e determinou o afastamento preventivo por 90 dias, que só terá efeito quando ele deixar a prisão.

Ferrarini trabalha como policial penal há 14 anos, após aprovação em concurso público em 2006 e posse em 2011. Conforme dados do Portal da Transparência do Governo do Rio de Janeiro, seu salário atual gira em torno de R$ 10 mil.