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Heloisa Erthal

Rodrigo Neves inicia nomeações pós-eleição em Niterói e "acomoda" aliados

Eleito, Rodrigo Neves movimenta cargos e beneficia candidatos derrotados que reforçam sua base de apoio nos bastidores do governo


Nos bastidores do governo de Niterói, o xadrez político das nomeações pós-eleições segue intenso. Rodrigo Neves, mesmo com sua vitória recente, já começou a movimentar suas peças, privilegiando aliados que participaram da corrida eleitoral, mas não conseguiram votos suficientes para se eleger. O primeiro passo dessa reorganização veio rapidamente, apenas três dias após o resultado do primeiro turno.


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O Diário Oficial trouxe a recondução de Luciano Paez ao cargo de secretário do Clima. Filiado ao PV, Paez tentou uma vaga na Câmara dos Vereadores, mas, com apenas 1.659 votos, ficou com uma suplência. Não demorou muito para que Neves o colocasse de volta ao governo, garantindo a continuidade de sua influência dentro do setor ambiental da cidade. Para acomodar Paez, Luiz Fernando Guida foi exonerado e nomeado subsecretário do Clima, mantendo-se alinhado à estrutura que Neves quer consolidar em Niterói.


Outro movimento estratégico foi a volta de Jhonatan Costa dos Anjos à Superintendência de Terminais e Estacionamentos (Suten). Anjos, que também ficou com uma suplência após receber 1.535 votos pelo PDT, reassumiu seu posto na Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), reforçando o vínculo de Neves com seus apoiadores dentro do governo. Nilton Leandro di Motta, que o havia substituído, foi rapidamente realocado para o cargo de Assessor Chefe da Suten.


As movimentações não param por aí. Micaela da Costa Zeferino pediu exoneração da presidência da Fundação de Artes de Niterói (FAN), abrindo caminho para André Luis de Paiva Silva Fernandes assumir a posição, ainda que de forma interina. Micaela vinha de uma experiência no Ministério da Cultura, mas sua saída pode indicar uma reestruturação que favoreça candidatos alinhados a Neves, como Fernando Brandão, também ex-candidato a vereador pelo PDT, que obteve apenas uma suplência com seus 1.206 votos e atualmente preside o Caminho Niemeyer.


Essas nomeações são um indício claro do estilo de governança de Neves, que privilegia aliados estratégicos e mantém uma rede de influência entre aqueles que, mesmo sem sucesso nas urnas, garantem sua lealdade e fortalecimento de base. A distribuição de cargos a figuras que participaram ativamente de sua campanha ou que estão alinhadas ao seu grupo político aponta para uma gestão que, ao menos nos bastidores, parece priorizar conveniências partidárias em detrimento de resultados eleitorais expressivos.

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