Gestão de Rodrigo Neves: aumento nas mortes de bebês em Niterói contrasta com crescimento do orçamento da saúde
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, as taxas de mortalidade de recém-nascidos e crianças de até um ano cresceram em Niterói entre 2012 e 2020, período que coincide com os dois mandatos de Rodrigo Neves como prefeito (2013-2020).
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Niterói, que se destacou nas décadas de 1990 por ser pioneira na implementação do programa de médicos de família, melhorando significativamente seus indicadores de saúde até 2012, viu seus dados se deteriorarem após esse período, especialmente quando comparados ao restante do estado e do país.
A taxa de mortalidade infantil (para crianças de até 1 ano) apresentou uma piora considerável durante os oito anos das gestões de Neves. Enquanto os indicadores nacionais melhoraram, os de Niterói seguiram a direção oposta.
Em 2012, o índice era de 10,7 óbitos por mil nascidos vivos, mas em 2020 subiu para 11 óbitos, alcançando 11,4 em 2022. Comparativamente, as taxas do Brasil caíram de 13,4 em 2013 para 11,02 em 2022.
O cenário é ainda mais preocupante quando se observam as mortes neonatais (bebês com até 27 dias de vida). Em 2012, Niterói registrava 5,9 óbitos por mil nascidos vivos, número que saltou para 7,2 em 2020 e atingiu 9,1 em 2022 — um aumento de 54%. No Brasil, no entanto, as taxas caíram de 9,2 óbitos por mil nascidos vivos em 2013 para 8,7 em 2022.
Esse aumento nas mortes infantis em Niterói ocorreu mesmo com um incremento significativo no orçamento da saúde municipal. Em 2024, o valor destinado ao setor alcançou R$ 775 milhões, comparado aos R$ 320 milhões de 2012, evidenciando, no mínimo, uma gestão ineficaz desses recursos.
As condições precárias de muitos postos de saúde, a escassez de profissionais especializados para o cuidado pré e pós-natal e a demora na marcação de exames são problemas recorrentes enfrentados por gestantes e puérperas na cidade. Esses desafios permanecem sem solução, apesar do orçamento quadruplicado nos últimos 12 anos.
Vale ressaltar que Niterói, com uma renda média elevada, possui uma significativa parte da população com acesso a planos de saúde privados, o que deveria reduzir a pressão sobre o sistema público de saúde. Mesmo assim, os problemas na rede pública persistem.
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