Com propostas polêmicas como a taxação global de bilionários, Lula busca protagonismo internacional enquanto enfrenta críticas por falta de resultados práticos no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta segunda-feira (18) a cúpula de chefes de Estado do G20 no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O evento reúne representantes das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. A ausência do presidente russo Vladimir Putin, substituído pelo ministro Sergei Lavrov, foi um dos pontos notáveis do encontro.
Lula tenta usar o palco internacional para impulsionar sua agenda política, focada em três eixos que marcaram a presidência brasileira no G20: combate à fome, mudanças climáticas e reforma da governança global. No entanto, críticos apontam que essas propostas carecem de um plano sólido e poderiam prejudicar a economia brasileira, já sobrecarregada por altos gastos públicos.
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Entre as propostas mais controversas está a taxação global dos super-ricos, baseada nas ideias do economista francês Gabriel Zucman. A medida propõe um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários, prometendo arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões ao ano para combater a desigualdade e financiar medidas contra as mudanças climáticas. Apesar de atrair apoio de países como França e Espanha, a ideia enfrenta forte resistência de nações como Estados Unidos, Alemanha e até da Argentina, sinalizando que a proposta pode ser mais uma peça de retórica do que uma solução viável.
Nos dias que antecederam a cúpula, o chamado G20 Social reuniu organizações civis, acadêmicos e entidades para debater as prioridades do evento. Embora apresentado como um exemplo de participação democrática, o encontro foi criticado por setores da sociedade por priorizar pautas alinhadas ao viés ideológico do governo, deixando de lado questões práticas para o crescimento econômico e a geração de empregos.
Lula busca protagonismo no cenário internacional enquanto enfrenta desafios domésticos, como a falta de investimentos em áreas essenciais e a perda de credibilidade junto a setores econômicos. As promessas do G20, apesar de ambiciosas, levantam dúvidas sobre sua real capacidade de execução e sobre os impactos que podem trazer ao Brasil e ao mundo.
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