Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim frisou a importância do apoio do prefeito Eduardo Paes (PSD) na empreitada.
O Flamengo arrematou, na tarde desta quarta-feira (31), o terreno do Gasômetro, onde pretende construir seu estádio. Único interessado no imóvel, o clube confirmou a aquisição pelo lance mínimo de R$ 138 milhões. O leilão aconteceu no Centro Administrativo São Sebastião, sede da prefeitura do Rio.
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A confirmação da realização do leilão aconteceu apenas durante a manhã desta quarta, quando o desembargador Guilherme Calmon Nogueira da Gama, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), cassou liminar que havia suspenso o procedimento.
Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim frisou a importância do apoio do prefeito Eduardo Paes (PSD) na empreitada. O mandatário rubro-negro comemorou o sucesso no arremate, mas pontuou que o projeto está em fase preliminar e ainda há diversas etapas a serem cumpridas até que o estádio seja erguido.
“A gente evoluiu de uma forma muito rápida nas tratativas, com o apoio do prefeito. Quero agradecer demais ao conselho deliberativo, que aprovou por ampla maioria para que pudéssemos dar esse lance. A gente sai daqui com um sentimento de missão de cumprida, mas certos de que há muita coisa para fazer”, destacou.
Eduardo Paes, por sua vez, ressaltou que uma das formas de o clube viabilizar recursos para o projeto está na utilização do potencial construtivo da sede da Gávea, tal qual será posto em prática na reforma do estádio de São Januário, do Vasco. Assim como Landim, o prefeito — embora vascaíno — comemorou o sucesso do leilão.
“Será exatamente o mesmo mecanismo que usamos para viabilizar a reforma de São Januário. O Flamengo tem um potencial construtivo que não é utilizado. A prefeitura está permitindo que esse potencial possa ser usado. Não colocamos dinheiro no Vasco, nem vamos colocar no Flamengo. Assim, é possível que a gente dê um valor maior a algo do que ele já tem, e é isso que nós vamos fazer”, afirmou.
Inauguração e projetos para o espaço
O vice-presidente de Patrimônio do clube, Marcos Bodin, disse que a intenção é inaugurar o estádio em 15 de novembro de 2029, data do aniversário do clube, e explicou quais serão os projetos para o espaço.
Ele destacou que haverá setores econômicos e fan-fest para jogos fora do Rio, além de atrações como museus e experiências culturais.
“Um lugar que tenha o sangue rubro-negro lá dentro. Não será apenas para dias de jogo, servirá para levar mais vida àquela região”, disse.
Já o vice-presidente de futebol do Flamengo e vereador da cidade do Rio, Marcos Braz (PL), cutucou as tentativas de se suspender o leilão na Justiça. O parlamentar também disse que está confiante na aprovação do projeto final do estádio na Câmara Municipal.
“Houve muita conversa fiada em relação ao que aconteceria com o leilão e tomamos as precauções que deveríamos ter. Com muita tranquilidade, a Procuradoria do Município entrou na Justiça e conseguiu e reversão da suspensão, sem dar tempo para algum fanfarrão tentar alguma coisa. Agora é na Câmara dos Vereadores e acredito que meus pares irão aprovar esse projeto”, afirmou.
Disputa judicial
Na última terça-feira (30), o juiz Marcelo Barbi Gonçalves, da 7ª Vara da Justiça Federal, concedeu liminar suspendendo o leilão e argumentou que a Caixa Econômica Federal seria proprietária provisória do fundo de acionistas que administra o terreno, e que a desapropriação deveria passar pelo presidente da República.
No entanto, Nogueira da Gama, entendeu que era equivocada a premissa de que o imóvel seria de propriedade da Caixa, quando na verdade o banco apenas gerencia o fundo privado de investimentos então dono do imóvel. Além disso, o magistrado salientou que a suspensão do leilão poderia causar danos graves ao interesse público. Sendo assim, decidiu pela cassação da liminar.
“A suspensão do ato às vésperas da realização enseja o reconhecimento da hipótese de violação à ordem pública administrativa, com risco de danos graves e irreparáveis ao interesse público. [..] O leilão objetiva a revitalização urbanística de área estratégica abandonada há bastante tempo e altamente contaminada, com participação de parceiros privados do Município do Rio”, justificou o desembargador.
Além disso, na segunda-feira (29), a Caixa Econômica já havia tentado adiar o leilão com a entrada na mesma Justiça Federal com um pedido de liminar, mas este foi negado.
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