Corpo de José Augusto foi enterrado neste domingo, em Mogi Guaçu (SP). Comissão de Saúde da Câmara do Rio e Polícia civil apuram as circunstâncias do óbito; Conselho Regional de Medicina abriu sindicância

A família de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, ainda aguarda o resultado do exame pericial realizado pelo Instituto Médico-Legal (IML) que vai determinar a causa da morte do rapaz. Enquanto esperam, parentes acusam funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, onde o artesão morreu no último domingo, de negligência médica. A família contratou uma advogada e pretende acionar a Justiça.
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"Estamos conversando com a advogada. Passamos todas as informações para ela" — afirmou uma das irmãs de José Augusto, que desembarcou no Rio na manhã desta terça-feira.
O corpo do garçom e artesão foi enterrado no domingo, em Mogi Guaçu (SP), cidade em que morava com a família antes de se mudar para o Rio, em 2012.
Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação do caso está na 41ª DP (Tanque) e que tenta identificar as circunstâncias da morte. Além disso, agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos.
O vídeo que mostra José Augusto sentado na cadeira da UPA, com o pescoço virado, já sem vida, viralizou e causou comoção. O melhor amigo da vítima, que o levou até a unidade de saúde, Douglas Batista, conta que o garçom sofria de gastrite e, há tempos, vinha se queixando de fortes dores.
O rapaz já conhecia a unidade e, ainda de acordo com o amigo, já teria se consultado no local pelo menos umas cinco vezes.
"Chegamos às 19h40, e a recepcionista disse que ele seria atendido imediatamente. No entanto, ele só foi chamado às 20h30. Enquanto esperava, estava agonizando de dor — disse Douglas ao GLOBO, complementando:
"Nunca pediram um exame específico. Ele já estava muito mal há meses e buscava ajuda, mas sempre voltava para casa com dipirona" — lamentou Douglas, ao afirmar que o amigo chegou na unidade de saúde febril e se queixando de dores. O porteiro também criticou a classificação de risco feita na triagem, que avaliou o caso de José Augusto como de baixa prioridade.
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